Signal: tudo sobre o novo app de mensagens privadas
De acordo com dados globais da Statista, para abril de 2019, 1,6 bilhão de usuários acessavam o WhatsApp mensalmente. O alcance do aplicativo e a penetração de uso são particularmente fortes em mercados fora dos Estados Unidos, é um fenômeno.
Outros nomes, porém, seguem no mercado de nicho. Ora porque são adotados com maior afinco em uma determinada região, ora porque oferecem recursos específicos para usuários mais exigentes. É o caso do Signal, o chamado “mensageiro privado”.
O Signal Private Messenger, disponível para Android, iOS (iPhone) e desktop, famoso por ter sido usado pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden, é um aplicativo de nicho, voltado para conversas seguras, individuais ou em grupo. E, embora apareça aqui e ali na mídia, poucos o adotaram.
Em comparação com o bilhão de usuários do WhatsApp, a base de usuários da Signal é minúscula. Os desenvolvedores afirmam que não divulgam estatísticas sobre quantos usuários eles têm. Mas, a loja do Google Play, para o Android, informa que o aplicativo foi baixado mais de 10 milhões de vezes. A App Store, do iPhone, não revela esse dado.
Sem sinal de publicidade
Criado por um grupo independente de desenvolvedores de software em 2014, chamado Open Whisper Systems, o Signal é um projeto de código aberto financiado por meio de prêmios e doações. Dessa forma, o Signal afirma que pode priorizar usuários, sem mirar seus esforços em monetização. Ou seja, trata-se de uma solução sem anúncios e sem o que chamaram de “rastreamento sinistro”. Só comunicação rápida, simples e segura.
Sem publicidade para segmentar e compartilhar informações, o Signal armazena, intencionalmente, o menor número possível de dados do usuário do seu mensageiro. O fato de o Signal ser um sistema de código aberto permite que o aplicativo esteja disponível para especialistas inspecionarem falhas ou brechas na prometida segurança.
O fundador do grupo é conhecido como Moxie Marlinspike, um ciberpunk que não parece se encaixar no perfil clássico dos empresários do Vale do Silício, nem de acadêmicos. E, que, raramente, concede entrevistas, como a que deu ao The Intercept.
O mensageiro privado
De acordo com Marlinspike, toda a comunicação feita de Signal para Signal é privada e criptografada de ponta a ponta e nem a Open Whisper Systems, responsável pelo código, tem as chaves para decifrá-las. Mas você deve estar se perguntando sobre os metadados das mensagens, a lista de contatos no seu telefone e os backups na nuvem.
É aí que a abordagem do Signal muda radicalmente. A política de privacidade é curta e concisa. Ao contrário do WhatsApp, o Signal não armazena metadados de mensagens. Marlinspike, afirma que a informação mais próxima dos metadados que o servidor do Signal armazena é a última vez que cada usuário se conectou. A precisão dessa informação é pobre, reduzida ao dia, em vez da hora exata em que ocorreu esse acesso.
Sobre a lista de contatos, funciona da seguinte forma: certamente, você vai compartilhar essa informação com o aplicativo para encontrar os seus amigos. Contudo, o Signal não envia sua lista pura para o servidor. Em vez disso, usa uma função hash para alterar a combinação dos números de telefone antes de enviá-los. O servidor responde com os contatos que você tem que já estão no Signal e, em seguida, descarta essa informação.
Signal vs Apps populares
No quesito segurança, o Signal de destaca de WhatsApp e companhia. Contudo, usá-lo, significa conviver com um app de mensagens útil, não um poço de novidades com milhões de figurinhas e recursos divertidos. Para começar, você provavelmente terá que convencer amigos, familiares e/ou colegas de trabalho a usar um aplicativo a mais.
Fonte: Tecnoblog
Quer saber mais?
Leia essa reportagem publicada no jornal EL PAÍS